O texto é de César Alves e pode ser conferido na íntegra aqui.
Segue abaixo o trecho do texto que fala do filme:
"Organizando para desorganizar
Também protagonizado por Daniel de Oliveira e com base em uma autobiografia - a de William da Silva Lima, um dos fundadores do Comando Vermelho -, estreia em 6 de agosto, 400 contra 1, filme de Caco Souza. Tendo como subtítulo Uma História do Crime Organizado, a produção é representativa da fase de organização do crime no País. Estamos no Rio de Janeiro, em 1974, em plena ditadura militar quando, tanto presos políticos quanto assaltantes de banco comuns, eram enquadrados na Lei de Segurança Nacional e cumpriam pena no Presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande. William fazia parte da massa carcerária e assistiu à chegada dos presos políticos. Foi um dos primeiros a perceber a solidariedade entre eles e a se dar conta de que juntos e organizados - ele e seus companheiros - poderiam obter melhores resultados de tratamento humanitário.
Contrariando a tese, de que os "comunistas" teriam ensinado técnicas de guerrilha aos criminosos, o depoimento de William deixa claro que a única colaboração foi a de abrir suas mentes para o conceito de coletividade. Logo, começaram a se organizar em falanges internas - a organização, no início, era conhecida por Falange Vermelha - e, os que saíam, a promover a organização externa. No início da década de 1980, o CV já infernizava a vida da Polícia Militar carioca, promovendo assaltos e fugas espetaculares. A tomada dos morros e o domínio do tráfico de drogas são as etapas seguintes. O título, 400 contra 1, remete ao cerco realizado por 400 policiais para capturar um único fugitivo, Zé Bigode, amigo de William e também um dos fundadores da organização. Bigode resistiu por 12 horas, sendo morto pelos policiais ao final do confronto."
Também protagonizado por Daniel de Oliveira e com base em uma autobiografia - a de William da Silva Lima, um dos fundadores do Comando Vermelho -, estreia em 6 de agosto, 400 contra 1, filme de Caco Souza. Tendo como subtítulo Uma História do Crime Organizado, a produção é representativa da fase de organização do crime no País. Estamos no Rio de Janeiro, em 1974, em plena ditadura militar quando, tanto presos políticos quanto assaltantes de banco comuns, eram enquadrados na Lei de Segurança Nacional e cumpriam pena no Presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande. William fazia parte da massa carcerária e assistiu à chegada dos presos políticos. Foi um dos primeiros a perceber a solidariedade entre eles e a se dar conta de que juntos e organizados - ele e seus companheiros - poderiam obter melhores resultados de tratamento humanitário.
Contrariando a tese, de que os "comunistas" teriam ensinado técnicas de guerrilha aos criminosos, o depoimento de William deixa claro que a única colaboração foi a de abrir suas mentes para o conceito de coletividade. Logo, começaram a se organizar em falanges internas - a organização, no início, era conhecida por Falange Vermelha - e, os que saíam, a promover a organização externa. No início da década de 1980, o CV já infernizava a vida da Polícia Militar carioca, promovendo assaltos e fugas espetaculares. A tomada dos morros e o domínio do tráfico de drogas são as etapas seguintes. O título, 400 contra 1, remete ao cerco realizado por 400 policiais para capturar um único fugitivo, Zé Bigode, amigo de William e também um dos fundadores da organização. Bigode resistiu por 12 horas, sendo morto pelos policiais ao final do confronto."
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