sexta-feira, 17 de abril de 2009

E o trabalho continua!

Com a maioria das cenas filmadas, 400contra1 continua em processo de criação. Em uma breve pausa das filmagens, o diretor Caco Souza se encontrou com o músico Max de Castro para discutir a trilha sonora do filme. A presença do protagonista Daniel de Oliveira (William) colaborou muito para Max entrar no clima do 400contra1 e iniciar a concepção da trilha que deixará o filme ainda mais intenso. Daniel e Max ensaiaram em estúdio uma música que Daniel compôs para o filme.
Segue foto desse encontro:


Max de Castro, Caco Souza e Daniel de Oliveira em São Paulo. Foto: Ana Carolina de M. D. Maciel.

domingo, 12 de abril de 2009

Som Direto

Pedimos para cada setor da equipe (som, produção, direção, etc) escrevesse um breve texto sobre o trabalho e as dificuldades específicas do 400contra1. Começamos então pelo som direto. Aí vai:


SOM DIRETO
Uma das maiores dificuldades do som (principalmente no caso do filme 400 contra 1, depois explico porque) é o fator de que não conseguimos bloqueá-lo completamente, principalmente numa cena externa. No caso da luz, um pano preto, uma barraca, ou o Pirola e Sagui (piada interna) poderiam resolver algumas coisas. No caso da direção de arte, o enquadramento limita só o que queremos e podemos mostrar. Mas e o som? Como fazemos para bloquear um funk que está tocando na favela do Rio de Janeiro numa cena em que retratamos um velório? E ainda mais num filme que se passa nos anos 70 e 80? Já existia funk carioca naquela época?

O filme retrata o presidio de Ilha Grande no Rio de Janeiro, mas as cenas internas foram gravadas num presidio de Curitiba. Os ambientes dos dois presidios são completamente diferentes. Em Ilha Grande ouvíamos som de mar, pássaros diversos, e até macacos. Aliás, toda vez que eu apertava o REC do gravador de som pra gravá-los, os bugios paravam de gritar. Em Ilha Grande, especificamente Dois Rios (onde ficava o presidio), não tem carros. Há apenas 2 ônibus que faziam o trajeto dos presos e parentes, e um trator para desatolar esses ônibus em dias de chuva (aliás passamos por isso). Já o presidio de Curitiba fica no meio da cidade. A nossa sorte foi que o presidio é um pouco afastado da avenida mais movimentada daquela região, e com isso o som dos carros ficou mais uma frequência grave e constante do que sons de motores. Porém, muitas vezes tivemos que fazer mais takes em função disso: passou uma Kombi velha bem na hora que ele falou”!

Mantas de som ajudam quando estamos num ambiente controlado e quando não acabamos completamente com a luz do nosso professor Rodolfo Sanchez (diretor de fotografia), pois não podemos cobrir todas as janelas e portas de uma locação: o som fica perfeito e a luz não existe! Mas num ambiente externo não há maneira alguma de bloqueá-lo completamente. Pedimos aqui e ali a gentileza de não falar, de mutar a TV, baixar o rádio, desligar o frezzer, o ventilar e o ar condicionado! Que calor!
Então a maior preocupação em fazer o som direto do 400 contra 1 foi controlar (quando possível) esses sons que não faziam parte do ambiente do presidio de Ilha Grande e ainda cuidar os sons que não existiam nos anos 70!

SOM DIRETO É NEGOCIAÇÃO: Vamos trancar a rua ou vamos ter que dublar? Dá pra fechar o plano? Dá pra botar uma manta de som nessa janela? Dá para o ator falar um pouquinho mais alto? Dá pra mexer nessa luz pra tirar aquela sombra do boom? Dá pra não deixar o ator sem camisa pra eu poder botar um lapela? Dá pra fazer um minuto de som ambiente agora?

DÁ PRA FAZER SILÊNCIO?!?!?!

Equipe de som:Gabriela Bervian (Técnico de som)
Guto Keller (Microfonista)

Gabriela Bervian tentando fazer o som em externa na cidade de Curitiba. Foto: Marina Bottega.


O microfonista Guto Keller tentando se aproximar de cena de fuga no rio de Dois Rios, Ilha Grande (RJ). Foto: Sara Valar.